Mãe solo e os aprendizados dessa Quarentena

Um desabafo cheio de aprendizados e muita sabedoria escrito pela jornalista e mãe Fernanda Monteiro


Três anos se passaram desde o meu primeiro texto sobre a maternidade. Momento que se transformou do dia para noite. E quem já leu meu primeiro relato sabe que não estou falando só do parto, um divisor de águas na vida de qualquer mulher…

“Tudo passa” é a expressão que mais acredito, desde então. Já se passaram muitos sorrisos, escorreram muitas lágrimas, superamos momentos e vencemos várias etapas.

Minha recém-nascida deixou de ser bebê e ganhou asas muito cedo. As visitas quinzenais do pai, em casa, passaram a ser distantes do ninho com pouco mais de um ano. Com dois, Mariana já dormia fora e viajava para a cidade da família paterna. Tinha uma rotina.

Mudança

Mas em 2020, de repente, as visitas foram suspensas por causa da pandemia da Covid-19. Como sempre foi, desde o primeiro mês de vida dela, mais uma vez deixei as portas abertas para que as visitas voltassem a ser em casa, quando quisesse e por quanto tempo fosse necessário.

Por precaução e cumprindo o isolamento social, foram 80 dias sem pai e filha se verem. E eu, mesmo ainda trabalhando fora, fico o restante das 24h com ela, sem folga, todos os dias da semana, do mês…

Depois desses mais de dois meses distantes e sem ver fim para o Coronavírus, o pai voltou a fazer as visitas, na nossa casa. Um acordo nosso para matar a saudade deles e, ainda assim, manter longe o risco de uma contaminação por Covid-19.

Aproximação

Há três anos a minha convivência seria diferente. Mas depois que tudo passou, ela é saudável. A pandemia que faz vítimas, isola famílias, deixa as pessoas distantes, aproximou os pais por aqui.

A aproximação permitiu presenciar uma rotina que é minha e dela. Talvez perceber que as telas do tablet e do celular são sim a melhor alternativa, muitas vezes. Desculpa sociedade, mas as mães solo não conseguem dar conta de tudo sozinhas!

Criar e educar todos os dias sempre vai ser mais pesado, difícil e cansativo do que curtir um fim de semana a cada quinze dias.

Com cuidado e condições para o uso, a tecnologia permite arrumar a casa, fazer o almoço e dar de comer. A aproximação permitiu ver que aqui têm dias tranquilos, em que tudo flui com muito entendimento. Mas têm também momentos repentinos de choro, birra, sono e estresse.

 

  • Mãe solo e os desafios da maternidade

 Gratidão

Depois de três anos, cada um já sabe o que fez e o que recebeu. Mas, principalmente, o que fez com o que recebeu. Não é um entendimento que vem do nada. Tem ajuda Divina, de psicólogo, terapeuta, dos florais…

Quando tudo passa, a gente entende que ‘tudo bem’ ter tido uma história e passa a ser grato, principalmente, pelo fruto dessa relação. O verdadeiro, único e incondicional amor da minha vida.

Hoje temos que ser os melhores pais pra Mariana. E ponto. Como mãe tenho certeza, que apesar de todo entendimento, já passei, ainda passo e passarei por cima de muita coisa por ela. Só por ela! Afinal, TUDO PASSA!

 

Mãe solo e os desafios da maternidade

Fernanda Monteiro é jornalista, mãe solo da Mariana e madrinha deste blog.

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