É filhinha, há três anos, exatamente nesse horário (11h30), o seu pai e eu estávamos na maternidade.

Pegos de surpresa, após mais uma consulta do pré natal… Não tivemos nem tempo para pensar, para convidar ninguém para assistir o parto, para se preocupar… não deu tempo. Você tinha pressa.

Chegou arrancando sorrisos e amolecendo todos os corações por perto. Pequenininha, magrinha, mas tão esperta…

Três anos se passaram de uma revolução. A maior, a mais dramática e a mais linda que já vivemos.

Difícil amamentar.

Difícil cuidar.

Difícil dar conta de tudo.

Difícil voltar ao trabalho.

Difícil não se preocupar com a respiração, com as alergias, com os espirros, as tosses, os tombos, os machucados, as dores, as lágrimas, a alimentação, o sono, o aprendizado, as amizades, as influências, os ambientes, as manhas… ah, até as alegrias preocupam…

Neuróticos?  Talvez seus pais sejam um pouco sim…

Aprendemos tanto nesses últimos anos, muito mais do que os 16 que papai e mamãe viveram juntos antes de você.

Amor, amizade, companheirismo, luta, aceitação, rotina, equilíbrio, maturidade, prioridades… como as coisas mudam e como mudamos também.

Você? Você é nossa anjinha. Nos escolheu. Tenho certeza que foi assim. Quem seriam os pais mais caretas da face da Terra, aqueles que você precisaria ensinar a viver e a amolecer? Achou. Olhou pra gente e veio rapidinho…

Você nos surpreende a cada manhã. Pelas palavras que diz, pelas atitudes que tem, por tantas vezes que nos agradece por nada… e pela preocupação em equilibrar seu amor com nós dois.

Você surpreende até pelos presentes que escolhe. Uma caixa de ferramentas. Um ferro de passar. Um passeio. Um almoço no restaurante.

Não me canso de te admirar e te mimar [e que isso não repercuta mal na sua vida…]. Também sei quem é a brava e que as rédeas quem coloca sou eu. A verdade é que papai tenta, mas não consegue contrariar você.

Têm horas que a manha prevalece e é preciso estabelecer limites. Isso tem sido responsabilidade da mamãe até aqui… talvez porque convivamos mais durante o dia… talvez porque nem sempre a mãe consegue brincar 100% quando está perto de você.

Quase sempre precisa fazer duas, três, dez coisas ao mesmo tempo, inclusive brincar.

Ah, filha! Te amamos muito, viu?

Que você seja sempre muito feliz. Que tenha saúde e muito amor no coração. Que seja boa com as pessoas. Que espalhe pelo mundo, o que de melhor você tem aí dentro.

Deus te abençoe e que Nossa Senhora [a Maria que inspirou seu nome] esteja sempre com você.

Mamãe e Papai.


Deize Renó é mãe da Maria Luiza, jornalista, canceriana e idealizadora deste blog.

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