Consultora dá dicas importantes e garante que a amamentação só faz sentido, quando é boa para o bebê e para a mãe também…

A amamentação é uma das grandes preocupações das mães, seja antes do parto, nos primeiros dias após o nascimento do bebê ou ao longo de todo o processo de aleitamento materno.

As dúvidas, em geral, são muitas: Será que amamentar é, realmente, o melhor a fazer? Será que estou preparada? Será que tenho condições de amamentar? Será que tenho leite suficiente? Será que EU quero amamentar? Será que EU PRECISO amamentar? Será que só o meu leite é suficiente para meu bebê?

Recentemente, a consultora de amamentação Fabiana Guerra participou do 1º Encontro de Gestantes promovido em Mogi das Cruzes (SP), pela loja Show de Bebê, parceira do blog, e esclareceu várias dúvidas sobre a amamentação, especialmente nos primeiros dias após o parto. Trazemos agora uma entrevista exclusiva com essa profissional, que também é mãe, educadora física especializada em gestação e pós-parto, e apaixonada pela maternidade. Confira.

DNJ: Qual a principal dica para as gestantes que já estão preocupadas com a amamentação?

Fabiana Guerra: A principal dica para as gestantes é: informem-se! Busquem informações de qualidade para se preparar para a amamentação, ou um profissional especializado em aleitamento materno que possa auxiliá-la antes ou depois do nascimento.

DNJ: É possível preparar a mama antes do parto? Massagens, banho de sol, essas coisas funcionam mesmo?

Fabiana Guerra: Não é necessário preparar as mamas durante a gestação. Passar bucha, toalha ou usar conchas e pomadas podem causar o efeito contrário e deixar, inclusive, o mamilo mais sensível. Apenas o banho de sol não é contra indicado.

DNJ: E se o bico do seio for invertido… mesmo assim, é possível amamentar? Você tem algum exemplo?

Fabiana Guerra: Mamilo invertido, plano, curto, comprido… Independentemente do tipo de bico do seio, a mulher conseguirá amamentar, pois o bebê deve abocanhar toda aréola e não só o mamilo.  Para que o mamilo não se machuque durante a amamentação, o segredo é a pega do bebê que precisa estar correta.

DNJ: Como saber se a “pega” está correta?

Fabiana Guerra: A pega está correta se a mãe não sente dor durante a mamada. Dizemos que a boca do bebê deve estar em formato de “peixinho”, lábios voltados para fora, abocanhando a maior parte da aréola.

DNJ: Aquela “concha de preparação de mamilo” ajuda no caso de seios invertidos? Você recomenda?

Fabiana Guerra: As conchas não são recomendadas. A recomendação é corrigir “a pega” do bebê, que deve abocanhar a maior parte possível da aréola e não apenas o mamilo.

DNJ: O tamanho do seio tem a ver com a quantidade de leite que a mãe terá?

Fabiana Guerra: O tamanho da mama não interfere na produção de leite materno. A maior parte do leite é produzida durante a mamada. Então, as futuras mães podem sim ficar tranquilas.

DNJ: Como são os primeiros dias da amamentação?

Fabiana Guerra: Os primeiros dias são de aprendizado. A mãe deve ficar atenta durante a mamada com a pega e a posição do bebê no colo, para evitar que o mamilo se machuque. É importante lembrar que a amamentação deve ser feita em livre demanda (sempre que o bebê quiser), pois a capacidade gástrica deles é bem pequena, então, eles mamam sem intervalos regulares. Além do peito não ser apenas nutrição, mas acalanto também.

DNJ: E se a mãe fez de tudo, mas o bebê não quer mamar no peito? O que fazer?

Fabiana Guerra: O melhor é procurar ajuda de um profissional especializado em aleitamento materno ou o banco de leite da sua cidade.

DNJ: A mamadeira ou a chupeta atrapalham a amamentação?

Fabiana Guerra: A mamadeira e a chupeta atrapalham  a amamentação sim, porque podem causar a chamada confusão de bicos. Mamar o peito é diferente de mamar na mamadeira, então os bebês se “confundem” e acabam por largar a amamentação. A chupeta também pode causar sensação de saciedade no bebê, que pode acabar mamando menos do que deveria e perdendo peso.

DNJ: E quando a mãe não se adapta à amamentação e ela não quer?

Fabiana Guerra: O leite materno é o melhor leite para os bebês. Mas existem mulheres que por algum motivo não querem ou não gostam de amamentar. Essas mulheres devem ser respeitadas. Cada caso é muito individual, cabe a nós como profissionais e como seres humanos  respeitar a decisão dessa mulher. A amamentação deve ser boa para a mãe também.

DNJ: Vale a pena amamentar? Por quê?

Fabiana Guerra: Vale muito a pena amamentar! Os benefícios são inúmeros: o colostro é a primeira vacina do bebê que traz imunidade. O leite materno tem tudo o que o bebê precisa. Além disso, cada mãe produz um leite específico para seu filho. Vem na quantidade e temperatura certas! Além de tudo, o leite materno protege contra doenças respiratórias e gastrointestinais, entre outras. Na mãe, a amamentação auxilia o útero a voltar ao seu lugar, durante o pós-parto. Sem contar que protege contra os cânceres de mama e útero. Amamentar é nutrição e acalanto.


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Fabiana Guerra é consultora de amamentação, educadora física especializada em gestação e pós-parto. É fundadora do Coletivo Materno. Também é mãe da Malu, da Maria Alice e do Dante. Na foto, está ao lado dos filhos e do marido, Daniel Guerra.


Crédito da foto do cabeçalho: Pixabay


Mais informações:

Coletivo Materno:  Rede de apoio presencial para gestantes, mulheres no pós parto e mães com filhos de qualquer idade. Baseado na troca de experiências, vivências e estudos. Atua em Mogi das Cruzes (SP) e região.

O que é um Banco de Leite: Consulte informações sobre o que é um Banco de Leite e saiba o que fazer para doar.

Banco de Leite de Mogi: Serviço da Prefeitura de Mogi das Cruzes, especialmente destinado a atender os bebês da UTI neonatal da Santa Casa da cidade.

Rede Global de Banco de Leite Humano: Tire suas dúvidas sobre os bancos de leite do Brasil, identifique o mais próximo de sua casa e saiba como doar ou como receber leite materno.