A gente acredita que tem controle de tudo na vida, mas a verdade é que Deus sempre nos surpreende.

Namorávamos há dez anos. Sempre quisemos ter filhos, mas nossa lista de coisas para fazer antes disso era extensa… trabalho, casamento, casa, viagens, enfim.

Eram muitos planos para serem adiados.

A descoberta

Até que um enjoo repentino começou a tirar meu sono. Depois de passar muito mal durante uma semana, resolvi seguir o conselho de uma amiga e fiz o teste de farmácia. Era o dia 9 de outubro de 2016.

Meu Deus! Como podem duas listinhas mudarem tudo? Nossas cabeças foram à loucura! Queríamos sim ter um filho, mas sem pressa, sem data…

Quando vi o teste, eu só pensava – até de forma egoísta – nos meus compromissos… com a Igreja (não sou casada ainda) e no meu trabalho… Só me vinha à mente: Sou autônoma, como vou fazer para trabalhar quando meu bebê nascer? Como vou trabalhar durante os nove meses?

Apesar de tantos indícios, no dia seguinte, fiz o exame de sangue. Estava confirmado.

Marquei uma consulta médica na mesma semana e, lá no consultório, na sala de ultrassom, meu coração transbordou.

Meu bebê estava lá e já haviam se passado sete semanas.

As mudanças

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A partir dali, minha vida mudou de rumo: o assunto era outro, assim como as dúvidas, as inseguranças, as alegrias, as motivações.

Por outro lado, começaram também os “pitacos”… era muita gente querendo saber o dia do casamento… muita gente deduzindo o sexo do bebê pelo formato da minha barriga…

Para mim, nada disso importava tanto como a certeza de que estava tudo bem.

Nossa princesa

Muitos ultrassons se seguiram. Com sete meses, a pressão e a ansiedade me levaram a fazer o exame de sexagem fetal, para descobrir o sexo.

O resultado saiu e, daquele momento em diante, percebi que meu mundo seria rosa.

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Helena, nome escolhido pelo pai, viria para iluminar nossa vida e nosso caminho.

Começamos os preparativos para o Chá de Bebê, para o quartinho, para o nascimento, para deixar tudo como a gente queria.

A espera

Foram nove meses de enjoos. Nos cinco meses finais, surgiram as dores nas costas…

Da descoberta até o nascimento da minha pequena, as mudanças vieram a jato.

Lia tudo o que podia sobre bebês, sobre maternidade. Era um mundo novo.

Helena ia se desenvolvendo na minha barriga e eu ia me transformando numa nova pessoa, numa mãe.

Trabalhei até 15 dias antes do nascimento dela.

A chegada

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Crédito: Mogi Mater

No dia 28 de maio de 2017, às 7h49, vi o rostinho mais lindo desse mundo.

Naquele momento, nada mais importava. Ela era meu assunto, minha vida.

Mãe de primeira viagem, mais uma vez, eu achei que tinha controle e acreditei que tudo seria perfeito.

 

A realidade

Junto com o nascimento da Helena, vieram também todos os medos de uma só vez.

Eu tinha medo de não conseguir amamentar, de fazer alguma coisa errada…

E esse foi um dos pontos. Insisti muito, mas não consegui amamentá-la. Tive de dar mamadeira bem cedo.

Eram muitos palpites, muitas noites sem dormir, vários almoços e jantas gelados, muitas idas ao pediatra… muitas preocupações.

Esse primeiro foi um dos anos mais rápidos e mais intensos que vivi.

Junto com todas as inseguranças e medos, vieram também muitos aprendizados e uma certeza muito forte de que tudo valeu a pena.

O presente

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Agradeço a Deus por poder acompanhar minha Helena nos seus primeiros sorrisos, primeiros movimentos, nas primeiras gracinhas e palavras, no primeiro dente…

Com toda minha inexperiência, descobri que mais importante do que amamentar é amar e que cada uma de nós tem um jeito próprio de ser mãe. Não há certo ou errado.

Além disso, tive certeza de que não temos controle de tudo. Que Deus sabe o que faz e que, na hora certa, tudo se ajeita.

Encontrei um jeito de voltar a trabalhar e de ir retomando minha vida.

Claro que existem dificuldades, mas não sei dizer o que seria de nós sem a Helena e sem as alegrias que ela nos traz.

Maior que eu

Como publiquei no meu Instagram, nunca poderia ter pedido a Deus um amor tão grande, porque não imaginava que existia.

Deus me deu  a maior riqueza da minha vida. Perfeita, linda, alegre, graciosa, amorosa, geniosa, inteligente e, como mãe coruja que sou, não canso de repetir que ela tem sim todas as qualidades do mundo.

Sei que ainda posso encontrar, ao longo dessa trajetória como MÃE, diversas dificuldades e obstáculos, mas sei que sou forte para superar tudo. Serei sempre movida pelo amor que sinto pela minha princesa.

Agora entendo que Dia das Mães é todo dia, como também todo dia é dia de amar mais e mais.

Nessa caminhada, como diz o significado do nome da minha Helena, eu tenho o meu RAIO DE SOL, iluminando e me dando forças para ser a melhor MÃE do mundo, porque ela merece!

Ah, só mais uma coisa. O casamento ainda não tem data para acontecer e, sinceramente, isso é só um detalhe.

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* Tuany Lourenço Prado é advogada, taurina e mãe da Helena.

Crédito das fotos: Elaine Danielly, Mayra Melo, Arquivo pessoal