Fernanda Monteiro*

Pensando na festinha de aniversário da minha filha, perdi a conta de quantas vezes lembrei e rezei pela mãe de um outro menino. Arthur Vinícius. 

Neste sábado, 9 de fevereiro, ele teria feito 15 anos. Ia comemorar a nova idade numa festa com a família em Volta Redonda. Devia estar tudo pronto ou encomendado…

Planos que foram interrompidos pelas chamas que atingiram o Ninho do Urubu, Centro de Treinamento do Flamengo, no Rio de Janeiro. 

Arthur é uma das vítimas que morreram no incêndio no CT do Flamengo. Além dele, outros nove meninos foram atingidos.

Crédito da foto: Reprodução Instagram.

Além da mãe dele, nove outras mães e famílias estão sentindo diretamente essa dor, nesse momento.

Planos

Nós, mães, sempre estamos fazendo planos lá na frente. 

Vivemos intensamente o presente, somos presença, mas gostamos de pensar no futuro dos filhos. 

A festa que não aconteceu no sábado é o de menos, perto de tantos sonhos que não tiveram tempo de serem realizados.

A juventude que não foi vivida, os estudos que não foram concluídos. A bola que não chegou a balançar a rede pelo Fla no time titular, os olhos que não viram – do campo – o Maracanã lotado num dia de clássico.

Os ouvidos que não escutaram a torcida chamar o nome dele, o grito de gol que não saiu da garganta numa final do Carioca, a comemoração de uma vitória que poderia ser dedicada à mãe…

A perda de qualquer vida é uma tragédia. Mas quando presenciamos a morte de jovens com idades entre 14 e 16 anos, dói ainda mais. É machucado profundo na alma, ferida que não cicatriza.

Aos familiares e amigos que ficam, nossos mais sinceros sentimentos!

Que Deus conforte os corações…

Fernanda Monteiro é jornalista, mãe da Mariana e madrinha deste blog.

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Crédito da foto em destaque: Pixabay