O Ministério da Saúde lançou neste mês de setembro de 2017 a Campanha Nacional de Multivacinação para crianças e jovens de zero a 14 anos e 11 meses. Essa é uma oportunidade de levar as crianças até os postos de saúde, munidos da caderneta de vacinação, para que um profissional da saúde avalie se todas as vacinas disponíveis na rede pública estão em dia e, caso necessário, atualize com as doses pendentes. Seguir as orientações dos especialistas e cuidar da saúde também ajudam a manter uma boa imunidade diante da meningite e de outras doenças.
Além da vacina Meningo C, que previne contra um dos principais tipos de meningite bacteriana comuns no Brasil, algumas vacinas que evitam outros tipos de meningite (como as causadas pelas bactérias pneumococos e haemophilus influenza tipo b) também fazem parte do calendário da rede pública. Por isso, a importância de participar da Campanha.
Atualmente, as vacinas gratuitas disponíveis nos postos de saúde contra a meningite são: Tetravalente (DTP + Hib – haemophilus influenza tipo b) ou Pentavalente (Tetravalente + Hepatite B) para crianças menores de quatro anos; Pneumo 10 (meningites e doenças graves causadas pelo pneumococo) e Meningo C (meningites e meningococcemias causadas pelo meningococo do tipo C). As doses estão disponíveis em todos os Postos de Saúde e são aplicadas de acordo com o calendário e com as campanhas. Neste ano, o Ministério da Saúde ampliou a cobertura da vacina Meningocócica C conjugada para meninos e meninas de 12 a 13 anos de idade.
Caso em Mogi
Há alguns dias, um caso de meningite bacteriana (causada pela bactéria haemophilus influenza tipo b) envolvendo um bebê de 1 ano e 10 meses, em Mogi das Cruzes (SP), alarmou muitas mães e pais da cidade.
Segundo a pediatra Tereza Nihei, que atua como médica da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Mogi das Cruzes, a meningite é de uma doença endêmica em todo o mundo com possibilidade de surtos ocasionais, inclusive das meningites consideradas imunopreveníveis (que podem ser prevenidas com a vacinação), já que a eficácia das vacinas, de uma forma geral, não é de 100%.
Assim que um caso é identificado, os órgãos de saúde e as escolas devem comunicar a Secretaria de Saúde do município, para que se faça a quimioprofilaxia (aplicação de antibióticos) nos familiares que tiveram contato com a criança, conforme orientação do Ministério da Saúde. No ambiente escolar, é realizado um trabalho de orientação e prevenção, e – em caso de surto – a quimioprofilaxia. Todas essas medidas foram realizadas imediatamente após a notificação do caso.
De acordo com a Prefeitura, neste ano, Mogi das Cruzes registrou, até o momento, 37 casos de meningites diversas, dos quais 1 (uma) pelo haemophilus influenza tipo b (atual). Em 2016, foram registrados 79 casos de meningites diversas, dos quais 2 por haemophilus influenza tipo b.
Além de se vacinar, para prevenir a doença, a orientação da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Mogi é adotar medidas simples e eficientes, como:
- lavar, frequentemente, as mãos com água e sabão e/ou usar álcool gel;
- evitar locais fechados com aglomeração;
- manter os ambientes sempre arejados e ventilados;
- limpar as superfícies de uso comum com álcool gel ou água e sabão;
- fazer a higienização adequada dos alimentos;
- usar e beber água tratada;
- não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, copos, batons e supervisionar as crianças para que não compartilhem chupetas, mamadeiras e alimentos e outros utensílios);
- ter hábitos saudáveis como consumo de alimentos variados;
- e fazer atividades físicas.
“Tudo isso é fundamental para se ter um sistema imunológico e um estado nutricional equilibrado”, orienta a pediatra Tereza Nihei.
Rede particular
Apenas nas clínicas particulares, há vacinas contra meningites causadas pelas bactérias meningococos A, B, W e Y, que também já registraram casos no País. Segundo Ana Paula Zanatta, proprietária da clínica particular Vaccine Care, em Mogi, após a identificação do recente caso na cidade, a procura por essas vacinas aumentou cerca de 30%, especialmente por famílias com filhos de até seis anos.
Segundo ela, além de atualizar a carteira de vacinação das crianças, é importante que o adulto também busque se vacinar. “Os adultos não têm a cultura de prevenção com vacinas. A cobertura vacinal é muito baixa. Vivemos num mundo sem fronteiras geográficas, onde o adulto passa a ser vetor de uma série de doenças que já estavam bem controladas: um exemplo típico são os surtos recentes de caxumba em diversas partes do Brasil, predominantemente em ambientes corporativos”, lembra.
* Para mais informações sobre vacinas indicadas para cada faixa etária, doenças que previnem, entre outras dúvidas, acesse o site Família SBIm. O conteúdo também pode ser baixado em forma de e-book. O calendário brasileiro de vacinas, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações, para crianças de 0 até os 9 anos, também está disponível, de forma resumida, aqui.
Crédito da foto superior: Pixabay
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