Até 2 anos – Período sensório-motor, caracterizado pelo desenvolvimento neuropsicomotor.

  • Começa a andar, sobe e desce escadas, sobe nos móveis, etc. – o equilíbrio é inicialmente bastante instável, uma vez que os músculos das pernas não estão ainda bem fortalecidos. Contudo, a partir de 1 ano e 4 meses, o bebê já é capaz de caminhar e de se manter de pé em segurança, com movimentos muito mais controlados.
  • Melhoria da motricidade fina devido à prática – capacidade de segurar um objeto, manipulá-lo, passa-lo de uma mão para a outra e o largar deliberadamente. Por volta de 1 ano e 8 meses, é capaz de transportar objetos na mão enquanto caminha.
  • Dependência Relativa – a princípio, o bebê não tem consciência e não se distingue da mãe; compreende que ambos são uma única unidade. No decorrer do desenvolvimento até os 2 anos, ele passa a distinguir o eu do não-eu; também a ansiedade de separação do bebê com relação à figura da mãe se faz presente; pensamento e compreensão intelectual estão se desenvolvendo e, aos poucos, a manifestação do bebê passa a ser mais ativa. Nesta fase, formam-se estruturas para a saúde mental futura.
  • A criança baseia-se exclusivamente em percepções sensoriais e em esquemas motores para resolver seus problemas que são excessivamente práticos. Embora a criança já tenha uma conduta inteligente, considera-se que ela ainda não tem pensamento, já que ainda não dispõe da capacidade de representar eventos, evocar o passado e referir se ao futuro.
  • Os esquemas sensório-motores são construídos a partir de reflexos inatos, usados pelo bebê para lidar com o ambiente.
  • Maior desenvolvimento da memória, por meio da repetição das atividades. Isso permite ao bebê antecipar os acontecimentos e retomar uma atividade momentaneamente interrompida, à qual dedica um maior tempo de concentração. Da mesma forma, com sua rotina diária, o bebê desenvolve um entendimento das sequências de acontecimentos que constituem os seus dias e dos seus pais.
  • Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia.
  • Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de gesto e, a partir de 1 ano e 3 meses, sem necessidade de recorrer a gesto.

A partir de 2 anos até 6 anos – Período pré-operatório, caracterizado pelo aprimoramento das habilidades até então adquiridas e o aparecimento da função simbólica ou semiótica, ou seja, é a emergência da linguagem.

  • Maior capacidade de comunicação, locomoção, manuseio de objetos e jogos simbólicos.
  • Momento de explorar e brincar.
  • Capacidade de elaboração simbólica: fala e pensa sobre si, faz escolhas e planos, é criativo na linguagem e, partir dos 3 anos, tem maior percepção dos limites.
  • Egocentrismo, construção da identidade e maior consciência do “eu”.
  • Início da construção da independência e sociabilização, já que a criança está mais exposta ao mundo e suas complexidades.
  • Começa a se identificar com a sociedade por meio de grupos. A cada etapa, se torna capaz de abarcar novos fenômenos da sociedade. Nessa fase, é muito necessária a participação dos pais na tarefa de aliviar as tensões sociais, as quais o filho está exposto.
  • O processo de crescer, amadurecer e de identidade pessoal continuará por toda a sua existência, tendo início nesta fase.

Fonte: Período Sensório-Motor de Jean Piaget, por Natália Castanha (psicóloga).


Crédito da foto em destaque: Pixabay