“É a vida de mãe”.

Ouvi isso de uma mãe muito querida outro dia.

Sempre nos cruzamos no elevador, no estacionamento, na
portaria, mas nunca mais conseguimos conversar.

Vivemos atrás das crianças.

Ou então se virando com o trabalho autônomo, em home office, visitando clientes, trabalhando
na madrugada ou quando os filhos dormem.

Tentando empreender, além de tentar dar conta da casa, da comida, da roupa para lavar, da ida ao supermercado, das idas ao pediatra…

Ela estava certa. É a vida de mãe.

Que muda de endereço, de profissão, de escolhas… e que pode
até parecer, mas não é cor de rosa.

Cansa. Estressa. Tem horas que dá um curto…

E aí, basta um sorriso. Uma gargalhada. Uma frase engraçada. Um dia de festa. Um dia de bagunça. Uma pipoca no sofá. Um passeio de ônibus. Um salgadinho nada saudável. Uma piscina de bolinhas.

Basta, para todas as preocupações irem embora.

E, por um momento, os sacrifícios e o cansaço dão lugar a
uma satisfação enorme de viver a experiência da maternidade perto das nossas crias.

De vê-las crescer.

De ver o tempo correr… ou nem ver.

De sentir no peito o amor maior do mundo.

E estar ali, perto delas. Isso não tem preço.

E aí a gente percebe que não precisa dar conta de tudo…

Dá para ser mais leve. E, às vezes, só é preciso se cobrar menos.

E a gente segue, tentando ser mais, tentando ser menos.

Na vida, sendo várias coisas, inclusive mãe.

 

Deize Renó é jornalista, mãe da Maria Luiza, e segue na tentativa de empreender e não dar conta de tudo…

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