Caterine Matos*

Em abril de 2014, engravidei da Helena, minha terceira gestação. Apesar de não ter planejado nada, tive uma gravidez tranquila. Minha menina nasceu de parto normal, no dia 30 de janeiro de 2015, com 38 semanas de gestação, pesando 2.600 kg e com 49 cm.

A maternidade é linda, gratificante, mas não dá para negar o quanto também é difícil. No meu caso, apesar do apoio incansável de minha mãe, foi bem complicado ser mãe de três e conciliar as tarefas de casa com a amamentação e a educação dos meus pequenos. Mas, fomos aprendendo juntos a lidar com tudo isso e a superar alguns “atropelos”…

Com 40 dias de vida, Helena foi diagnosticada com Meningite Viral.

No início, era só uma temperatura de 37 graus, que não era considerada febre, mas que não passava de jeito nenhum. Esperei dois dias e a levei até o pronto-socorro da minha cidade, Salesópolis (SP). O médico examinou e deu como diagnóstico “garganta inflamada”. Isso mesmo. “Garganta inflamada”. Escreveu na receita “Amoxilina” e “Prednisolona”.

Mesmo sem saber o que, mas alguma coisa me incomodava. Não sei se foi meu instinto… mas, no dia seguinte, decidi ir até a cidade vizinha, Mogi das Cruzes (SP), para uma segunda opinião. De início, fomos no pronto atendimento do próprio convênio médico que fizemos logo que ela nasceu.

Às 7 horas da manhã, uma pediatra nos atendeu e passou o diagnóstico: “nada”. Isso mesmo. Ela disse que minha bebê não tinha nada. Que temperatura de 37 graus era normal e que a garganta estava perfeita. A recomendação dela foi para que eu esperasse mais um pouco para ver se alguma outra coisa se manifestava…

Saí, de novo, incomodada de dentro de mais um consultório. Por isso, de lá, fomos para o pronto-socorro de um hospital de Mogi. Eu sabia que tinha algo errado. Minha Helena já não estava mamando e estava com o corpo mole.

A pediatra, que nos atendeu, pediu um exame de urina e um hemograma. Eles foram realizados no próprio hospital, mas só ficaram prontos depois de quatro horas de espera. Quando o resultado saiu, veio o primeiro susto: a bebê estava com uma infecção altíssima e teria que fazer uma pulsão na coluna para identificar se era ou não meningite. Mais quatro horas de espera. Nesse momento, já estávamos na área de isolamento.

Meia-noite e o diagnóstico: Meningite.

Nosso convênio médico ainda estava na carência. Fomos, então, transferidas para uma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS), onde nos surpreendemos com o atendimento. No primeiro dia, entraram com os antibióticos. Apesar de todo cuidado, ela teve cianose, convulsionou e faltou oxigênio no sangue.

O mais assustador de tudo é que se estivéssemos tratando garganta inflamada, em casa, minha bebê tinha morrido.

Ficamos 21 dias internadas e a melhora veio dia após dia. Depois disso, até Helena completar um ano, teve acompanhamento com neurologista. Hoje, ela tem uma vida normal. É superativa, fala tudo e se sobressai na bagunça… rsrsrsrs

Às mães, o que eu digo é que insistam, insistam e insistam. Confiem no que vocês sentem, mesmo que tudo caminhe ao contrário. O que ficou de experiência é que, às vezes, precisamos acreditar mais naquilo que estamos sentindo, em nosso instinto. Se ficou uma dúvida, uma sensação estranha dentro da gente, é melhor ouvir um outro médico. Essa “insistência” pode salvar nossos filhos.

No nosso caso, apesar da demora no diagnóstico, a doença passou e, graças a Deus, não deixou sequelas.

Caterine e Helena
Caterine e a pequena Helena. Crédito: Arquivo pessoal.

* Caterine Matos, 27 anos, virginiana, mãe da Helena, da Manuela, e do Miguel.


Crédito da foto superior: Pixabay.

Edição: Deize Renó.

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