Categories: Relatos de mães

Natal sem Papai Noel…

Deize Renó*

É engraçado como as crianças absorvem o que transmitimos, mesmo sem que nenhuma palavra seja dita.

Gosto muito do Natal, especialmente, porque junto com ele vem também um sentimento de recomeço, de renascimento, de mudança.

As bolinhas coloridas, as luzes, a árvore enfeitada, um velhinho vestido de vermelho, a promessa de presentes…

Crédito: Pixabay.

Tudo isso ajuda a compor um quadro mágico, mas que – para mim – é só uma parte do Natal. O principal está aqui dentro do meu coração.

A Maria, minha pequena, gosta de montar a árvore, de observar pela janela os pisca-piscas das casas. Gosta de passear no shopping, de ver as árvores gigantes, os enfeites, mas – neste ano – não quis chegar perto do Papai Noel. Aqui em casa, até insistimos, mas não teve conversa.

“Não quero pedir para o Papai Noel, tá mamãe?”, é a regra que ela impõe quando chega perto de um. Tudo bem, respondo. E aí, várias vezes, passamos reto e não entramos na fila para visitar o bom velhinho. “Não precisa”, ela diz.

Os presentes? Ah, que criança não gosta de presente? Maria ama trocar presentes. Mas não precisa ser no Natal…

Para ela, presente pode ser qualquer coisa, um papel de presente, uma caixa vazia, um brinquedo dela mesmo dentro de alguma coisa inusitada, um desenho que ela fez ou um que imprimi para ela pintar… rsrsrsrs. E também pode ser aquele personagem que ela gosta, aquele brinquedo de montar, enfim. Tudo pode ser presente e qualquer pessoa pode ganhar um…

Somos católicos, frequentamos a Igreja. Ela sabe que o Natal é o nascimento do Menino Jesus. Sabe que Ele merece um presente… [nem que seja um dos enfeites em formato de “tambor”, que usamos para enfeitar a nossa árvore e que ela já deu para o Menino Jesus… Veja nosso aqui post no Instagram].

Crédito: Pixabay.

Ela sabe que os três Reis Magos estão levando presentes para Ele. Sabe que tem vários animaizinhos esperando o nascimento D’Ele. Sabe que a mamãe e o papai D’Ele estão felizes e aguardando a sua vinda. Ela também espera por Ele e está curiosa para saber como será a imagem do bebê que vão colocar no presépio lá da paróquia…

Engraçado isso.

Quando perguntam o que ela quer de Natal e o que vai ganhar, fico sem reação. Não teve um pedido. Não tem um brinquedo especial. Nem compramos nada para ela, especialmente para essa data. Todos os anos nessa época, trocamos lembrancinhas em família, vamos à missa e comemoramos juntos. Só.

Por isso, acho que a culpa é um pouco nossa e a influência também… Mas não sinto como se estivéssemos “barrando” a fantasia ou a imaginação dela. Nem sinto que o Natal dela vai ter menos significado do que o de outras crianças. Também não critico as famílias que fazem diferente e as crianças que amam o Papai Noel.

Por outro lado, todo mundo deve ter o direito de viver o Natal como quiser, inclusive, as crianças. O importante é perceber o Espírito, o sentimento e desejar o bem para todos, até para os anônimos e aqueles que não conhecemos.

Crédito: Pixabay.

Temos incentivado isso por aqui e tem dado resultado.

Ano que vem, na escolinha, com os amigos, acho que Maria vai “sonhar” mais com o Natal e desejar um presente, querer escrever uma carta e, quem sabe, ter uma conversa com esse velhinho de vermelho… Ah, as influências… rsrsrsrsrs

Por enquanto, para ela, a magia do Natal está nas luzes, nas árvores, nas bolinhas, nos pisca-piscas, nas lembrancinhas que ela deu, vai dar ou que ganhou, na linda estrela cadente colocada no topo daquela árvore gigante… e também aquela colocada no topo da nossa pequenininha ali da sala – que ela, inclusive, colocou da primeira vez e, vira e mexe, volta lá para dar uma arrumada.

Desejo para você, que o significado do Natal seja, particularmente, seu. E, antes de tudo, que esteja dentro de você, seja qual for sua religião, sua interpretação ou a situação que esteja vivendo. Desejo o mesmo para nossas crianças, aquelas que pediram presentes para o Papai Noel e aquelas que não pediram.

Crédito: Pixabay.

Que essa época nos faça refletir sobre nós, nossa vida e sobre como podemos melhorar.

Associo um pouco disso ao Pilates e penso que o Natal deve ser um tempo de INSPIRAR e de nos sentir por dentro. Assim, quando o ano virar, que possamos EXPIRAR e colocar pra fora a vontade de seguir nossos sonhos; a força para vencer os desafios que possam surgir; e a iniciativa para alcançarmos a vida que queremos para nós e para os outros.

Feliz Natal [com ou sem o Papai Noel] e um Ano Novo cheio de luz!


* Deize Renó é mãe da Maria Luiza, jornalista, canceriana e idealizadora deste blog.


Crédito da foto do cabeçalho: Pixabay

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