Categories: Relatos de mães

Desfralde em dose dupla

Tatiana Lima*

Ouvimos muitas coisas sobre o desfralde. Há quem defenda que uma semana é o suficiente para tirar uma criança da fralda. Outros dirão que conseguiram em três dias. Há quem recomende incentivar a partir dos dois anos e quem defenda que é melhor a criança decidir. A verdade é que cada caso é um caso.

Vejo o desfralde como um aprendizado necessário para as crianças e para os pais também.

Aqui em casa, tudo foi em dose dupla desde o início.

Minhas filhas, gêmeas, passaram por todas as fases juntas desde bebês. Com o desfralde, não poderia ser diferente. Por recomendação da pediatra, iniciamos os estímulos quando elas completaram 2 anos e 8 meses, durante a primavera. O processo todo, até que fossem realmente desfraldadas, demorou cerca de um mês.

Algumas pessoas dizem que o desfralde acontece quase que instintivamente na criança. Mas, por aqui, durante esses 30 dias, precisei de muita paciência, porque era xixi a cada 15 minutos pela casa, num revezamento maluco entre as minhas filhas… ora era uma, ora outra.

Tirei todos os tapetes e tentava dar conta de, a cada 15 minutos, levá-las ao banheiro. Para facilitar, deixava as meninas pela casa só de calcinha (tive que comprar muitas… rsrsrsrsrsrs).

Além de todas as minhas demandas em casa e no trabalho (home office), passava o dia limpando o chão e lavando calcinhas…

A recomendação da pediatra era tirar a fralda durante o dia todo, mesmo quando eu precisasse sair e tivesse de levá-las. Mas, no início, não foi simples assim.

Quando eu saía para a rua, eu colocava fraldas. Não tinha como sair com as gêmeas sem fraldas… E se não tivesse banheiro limpo? E se não desse tempo? Afinal, nem sempre saíamos tranquilas e para passear…

Às vezes, eu saía apressada, com mil coisas na cabeça, precisava resolver coisas do trabalho, fazer serviços de banco… Enfim, fui adaptando o desfralde ao meu dia a dia. Durante à noite, as fraldas também eram a solução.

Depois de um mês de aprendizado diário, a Giovanna começou a fazer xixi sozinha penico. No dia seguinte, foi a vez da Isabella. Mas, mesmo assim, eu tinha de lembrá-las de 15 em 15 minutos, senão, era escape na certa…

O desfralde noturno foi mais tranquilo. Sem que eu fizesse nada, as duas pararam de fazer xixi à noite e as fraldas começaram a amanhecer secas. Quando percebi isso, foi só parar de usá-las.

Vejo o desfralde como uma das coisas que as crianças vão ter de aprender na vida. Após os dois anos, acho que elas já têm bastante noção das coisas e, na maioria das vezes, dá para iniciar esse aprendizado. Isso, claro, respeitando os limites de cada uma delas.

Se foi fácil? Não foi. Pelo contrário, foi um período bem difícil e, para nós, paciência foi a palavra-chave.

Depois disso, tudo ficou bem mais fácil. Até nossos passeios, o volume das bolsas e a praticidade do dia a dia…

Minhas bebês cresceram.

Hoje, elas têm cinco anos e quando olho para trás, nem acredito no que já passamos juntas. O desfralde foi um dos aprendizados.

Agora, elas estão aprendendo a ler na escola. Aqui em casa, sigo incentivando e as ajudando no que for possível…

Daqui para frente, os desafios tendem a aumentar e é um privilégio acompanhar tudo isso.

Às mães, meu conselho é paciência. Às mães de gêmeas, meu conselho é muuuuuuuita paciência.

Um grande abraço e…. boa sorte. 😉

Crédito: Arquivo pessoal.

* Tatiana Lima é empresária, comerciante e mãe das gêmeas Giovanna e Isabella, de cinco anos. 


Crédito da foto do cabeçalho: Pixabay

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