Publieditorial: Quarto montessoriano, um estímulo ao aprendizado!
Dicas para criar ambientes que estimulem a autonomia e a curiosidade das crianças
No quarto, uma cama quase no chão. Do outro lado, o armário, as prateleiras, tudo ao alcance das mãos dos pequenos. Um quarto com a criança – e não os adultos – no controle…
Nesses espaços, que seguem o método Montessori, o que conta não é apenas a beleza dos móveis ou a praticidade oferecida aos adultos. O objetivo principal de cada detalhe é estimular, desde os primeiros meses, a autonomia das crianças, além de gerar curiosidade e impulsionar o autoaprendizado.
Opção de quarto montessoriano com o tema “dinossauros”, no show room da loja Show de Bebê.
Simplicidade e tudo com o seu significado.
Os defensores desse modelo garantem que, em casa ou na escola, esse ambiente pode ajudar as crianças, no longo prazo, a terem mais capacidade de adaptação, mais facilidade para expor e defender ideias, maior desenvolvimento social, além de aprenderem desde cedo a realizar suas próprias ações, terem autodisciplina, organização e tranquilidade.
O sistema educacional Montessori foi criado por volta de 1907, por uma médica e professora italiana chamada Maria Montessori e ganha cada vez mais adeptos aqui no Brasil, seja dentro das residências ou nas escolas. Nos ambientes, os móveis montessorianos revelam simplicidade e, ao mesmo tempo, demonstram que tudo tem um significado: nenhum detalhe está ali por estar.
“A essência de um ambiente Montessori é ser facilitador para os processos cognitivos, motores e sócio afetivos, que se desenrolam nas diferentes etapas do desenvolvimento humano”, explica a especialista na área e criadora, além de atual diretora do projeto pedagógico da Aldeia Montessori, no Rio de Janeiro (RJ), Marcia Righetti.
Sugestão de armário para organização dos brinquedos.
“Os móveis devem ser adequados à estatura física da criança, para dar a ela liberdade de atuar no ambiente.” – Sonia Maria Braga, presidente da Organização Montessori do Brasil
A experiência
Há dez meses, a autônoma Márcia Ayama resolveu fazer umas mudanças no quarto da filha Arissa, de três anos, e substituiu o tradicional berço pela cama montessoriana. O resultado não poderia ter sido melhor: “É muito mais prático, mais seguro e estimula mesmo a autonomia e a independência da criança. Além disso, minha filha amou”.
Pela sua própria experiência, ela afirma que o método montessoriano também incentiva as crianças a “dormirem sozinhas”. “Nesse modelo, as crianças sentem que o quarto é, realmente, delas. Com fácil acesso à cama e aos móveis, percebem que não precisam do apoio de um adulto para subir e descer da cama (ou do berço) ou para abrir armários”, avalia Márcia. Na opinião dela, apesar de todas essas facilidades, a presença de um adulto por perto continua sendo imprescindível.
Sugestão de cama montessoriana. (A Maria Luiza* amou… rsrsrsrsr)
No longo prazo, esses ambientes estimulam as crianças a terem maior desenvolvimento social, além de aprenderem desde cedo a realizar suas próprias ações.
As dicas
Para a presidente da Organização Montessori do Brasil (OMB), a psicopedagoga Sonia Maria Braga, adaptar o ambiente doméstico para a criança significa pensar em praticidade e mobilidade, de forma que ela tenha acesso fácil a tudo o que vai precisar no seu dia a dia: “Recomenda-se que o quarto da criança pequena tenha os móveis adequados a sua estatura física, para dar-lhe a liberdade de atuar no ambiente”.
Sugestão de “step” para facilitar o acesso da criança às partes mais altas do armário.
“O ambiente deve ir se transformando à medida que a criança cresce.” (Marcia Righetti, da Aldeia Montessori)
Respeito ao desenvolvimento
Marcia, por outro lado, lembra que o ambiente deve ir se transformando à medida que a criança cresce. “Uma criança de cinco anos não precisa de cama no chão para poder sair da cama com autonomia. Então, observamos o desenvolvimento dela e oferecemos o que ela precisa. Aos cinco anos, ela vai precisar de estante na medida da sua altura para guardar seus brinquedos, cadeira e mesinha próprias para seu tamanho, um armário em que os cabides fiquem ao seu alcance para pendurar suas roupas”.
O espelho
O espelho é outro item importante no quarto montessoriano. No início, quando a criança ainda engatinha, o ideal é que ele seja colocado na horizontal, respeitando a estatura do bebê. “Primeiro, serve para que a criança reconheça sua própria imagem e tenha apoio no seu desenvolvimento socioafetivo. Depois que se põe de pé e já começa a querer vestir-se, o espelho é colocado na posição vertical e ajuda a ‘arrumar-se’, desenvolvendo seus cuidados pessoais e o gosto por apresentar-se bem”, acrescenta a especialista.
As cores
Marcia ressalta que é importante criar ambientes claros, arejados e harmoniosos, em que as cores sejam combinadas de maneira estética e com beleza. Mas, cada pessoa tem um gosto, por isso, não existem cores ideais. Segundo ela, o fundamental é que seja um ambiente “harmonioso”.
Os riscos
É importante ainda retirar do ambiente objetos que ofereçam risco: “Nada que possam ‘engolir’, colocar no nariz ou nos ouvidos; também as tomadas devem ser protegidas”, acrescenta Marcia Righetti.
Os brinquedos
A bagunça de brinquedos pelo chão é uma coisa que incomoda muitas mães. No Montessori, as crianças devem ter acesso aos brinquedos quando quiserem, mas devem aprender a organizá-los e guardá-los. Por isso, a dica dos especialistas é: “reduzir os excessos”.
Quanto aos brinquedos, a dica é reduzir os excessos.
“Outro dia mesmo, estava conversando com uma família que falava da dificuldade da sua criança em guardar os brinquedos após usá-los. Perguntei se eram muitos e a resposta foi afirmativa. Em seguida, perguntei-lhes como se sente o adulto diante de uma pilha imensa de roupa para passar… Da mesma forma, sente-se a criança diante de uma quantidade grande de brinquedos para guardar”, comenta Marcia.
De acordo com ela, às vezes, não são necessários tantos brinquedos assim. Por isso, os pais devem selecioná-los e organizá-los, para que a criança possa ir aprendendo a cuidar do ambiente aos poucos.
A educação
Marcia e Sonia lembram que no Sistema Montessori não é só a criança que aprende. Sonia ressalta que o adulto deve ser um “auxiliar no desenvolvimento do aprendiz”. “Não basta montar um quarto bonito e nas medidas certas, ou uma sala de aula bem montada, bem estruturada, se o adulto não sabe como ‘funcionar’ adequadamente em relação à criança. Dra. Montessori alertou para a necessidade do adulto se educar e se preparar para a tarefa de educador, seja ele pai/mãe ou professor(a)”.
Sonia ainda ressalta: “De nada adiantará montar um ‘quarto montessoriano’, se os adultos não oferecerem oportunidade da criança sentir-se útil, pertencente. Toda a casa deve ter um clima montessoriano”.
Marcia resume o papel do adulto nesse processo, citando uma frase de Maria Montessori: “Para educar é preciso educar-se!”.
Segundo Márcia Righetti, ao terem filhos, os adultos recebem a missão de educar, mas devem aproveitar essa oportunidade para ser, a cada dia, uma pessoa melhor, educando-se também.
Entrevistadas
Marcia Righetti é especialista no Sistema Montessori, com formação por Setom Montessori Institute. Atua como coach em Formação Montessori. É criadora do projeto pedagógico da Aldeia Montessori, no Rio de Janeiro, que dirige desde 1978, e do Centro de Estudos Montessori do Rio de Janeiro (2007). É sócio-fundadora da Organização Montessori do Brasil (OMB), a qual presidiu durante três anos.
Sonia Maria Braga é psicopedagoga, especialista em Montessori, com formação na França e nos Estados Unidos, diretora pedagógica de Meimei Escola Montessoriana e do Centro de Treinamento Montessori do Rio de Janeiro. Atualmente, preside a Organização Montessori do Brasil (OMB).
Montessori
O que é: Um conjunto, formado pela psicologia do desenvolvimento, por uma filosofia de vida e uma metodologia, que se baseia nos materiais criados para que o ambiente seja estimulante para a curiosidade de aprender.
Origem: Foi criado por Maria Montessori (1870-1952), uma pedagoga e médica italiana. A Educação Montessori data de 1907, quando ela abriu a Casa dei Bambini, em San Lorenzo, uma área de baixa renda em Roma. No Brasil, o método desembarcou em 1910 pelas mãos de Joana Falce Scaldo, que – recém-chegada da Europa, o introduziu na escola “Emília Erichsen”, no Paraná.
Fonte: Organização Montessori do Brasil (omb.com.br) e entrevistadas.
Fotos realizadas no show room da loja Show de Bebê, com móveis e acessórios vendidos na loja. * A criança da foto é minha pequena Maria Luiza, de 2 anos, que adorou o ambiente e se sentiu em casa…
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Ótima matéria. Parabéns!!!