Ela e eu: após o terremoto, a calmaria e as oportunidades…

Fernanda Monteiro*

A maternidade me trouxe mais fé. Mais crença. De que água com açúcar é sim um “remedinho” calmante, que beijo no “dodói” cura sempre e que Deus está no comando de tudo.

Ser mãe me trouxe ainda mais a certeza de que tudo, de ruim ou bom que acontece, tem o consentimento d’Ele!

Sempre tive o hábito de rezar à noite. Mas antes de ser mãe, várias vezes, adormecia no meio da oração.

Hoje minha conversa com Deus tem começo, meio e… não, não tem fim. Agradeço pelo o que tenho e peço saúde, proteção. Vida para poder viver! Como eu quero viver!

Há cinco meses eu questionava o que aconteceu na minha vida.

Num certo momento, não sei quando, parei de questionar, murmurar, resmungar. Passei a entregar. A pedir luz, direção, caminho. Me sentia perdida. Implorei inúmeras noites por entendimento. E a compreensão veio. Rápida demais: na possibilidade de um novo emprego.

Mas esses não eram os meus planos iniciais. Tola! Parece ainda não ter aprendido quem é que faz os planos aqui… Contato por e-mail feito, três entrevistas por telefone, uma visita à emissora e como resposta: “a gente vai se falando”. Ok. Estava entregue. Apenas confiei. Seja o que Deus quiser.

Orei. Rezei todos os dias. Continuava pedindo luz, direção, caminho. Não pedi o emprego. Não pedi a mudança. Nada determinado, específico.

Uma semana depois, a proposta! Que susto, que medo! Tremi, suei frio, perdi noites de sono. Pensei na virada que a minha vida deu e daria ainda mais. Pensei na minha filha. Em todos os momentos, nela! Sempre, em primeiro lugar.

Em 24 horas, pensando sozinha, ponderei, decidi aceitar, voltei atrás, coloquei prós e contras na balança, fiz listinha do “por quê ir” e do “por quê ficar”. Não encontrei resposta para o por quê não ir!

Negar essa oportunidade era dizer não a tudo o que eu vinha pedindo a Deus nesses últimos meses. É louco. Mas Ele fez tudo isso. Precisou dar tudo errado, para começar a dar tudo certo!

Por mais traumático e incompreensível que tenham sido alguns acontecimentos, hoje, acredito que tudo foi obra d’Ele. Para me dar um novo destino, um novo caminho.

Sigo, a partir de agora, em direção a Resende. Interior do Estado do Rio de Janeiro. Minha terra natal.

Volto depois de maravilhosos 14 anos e meio em Mogi das Cruzes, minha terra do coração, onde nasceu Mariana, minha melhor lembrança dos dias vividos aqui.

Tenho 32 anos e uma bebê de 5 meses. O que a vida ainda nos reserva? Não sei! Mas confesso que eu, de novo, já tenho planos. Para o fim desse ano, para a festinha de um ano, para as próximas férias, para 2022!

Acho que se tem um “erro” que vou carregar para a vida é essa mania de querer realizar meus sonhos. Mas uma coisa eu aprendi: só vai acontecer se for bom para minha vida, para nossa vida e se os meus planos estiverem alinhados com os planos d’Ele!

“Entrega, confia, aceita, agradece.” Agora sim. Isso faz todo sentido! Talvez Deus ouça com mais atenção os pedidos e orações de nós, mães! Como se tivéssemos uma conexão direta… Que assim seja.

* Fernanda Monteiro é jornalista, mãe da Mariana e madrinha deste blog. Após 14 anos em Mogi das Cruzes (SP), retorna para sua terra natal, Resende (RJ).

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Crédito das fotos: José Carlos Cipullo